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DO PASSADO AO PRESENTE: MULHERES NOTÁVEIS QUE DESAFIARAM E CONSTITUEM A SOCIEDADE

  • Foto do escritor: Laura Agrifoglio Vianna
    Laura Agrifoglio Vianna
  • 18 de mar.
  • 5 min de leitura

Artigo é da advogada especialista em direito securitário e sócia da Agrifoglio Vianna Advogados Associados, Dra Laura Agrifoglio Vianna


Iniciando o artigo sobre o mês das Mulheres, e refletindo sobre tantas ramificações a partir do tema, quer quanto ao espectro profissional, quer quanto pessoal, me inclinei por trazer um olhar de aplauso para tantas desbravadoras, algumas nascidas há mais de um século atrás, passando por elencar seus feitos e imaginar quanto de dificuldade superaram, o que, todavia, não as impediu de seguir com seu intuito e vocação.


Certo que tiveram algo sublime que as complexa, e de alguma forma uma possibilidade entrevista em seu cotidiano e lugar onde viviam. Na verdade, sempre houve mulheres admiráveis e hoje existem muito mais possibilidades de fazer visíveis seus dons.

Quero lembrar em primeiro lugar, da física-química polonesa Marie Curie, nascida em 1867, ganhadora de dois Prêmio Nobel, de Física (demonstrou a existência de radioatividade natural) e Química (descobridora de dois elementos novos: rádio e polônio), que com sua perseverança e trabalho oportunizou o tratamento radioterápico para tantos portadores de câncer que com isso se beneficiam.


Mary Anderson, empresária da construção civil americana, nascida em 1866, criou o limpador de para-brisa, em setor automotivo, predominantemente masculino. Teve sucesso comercial imediato. Foi adaptada para carros em 1922.


Charlotte Bidgwood, canadense, nascida em 1861, seguiu aperfeiçoando aquela invenção e criou o limpador elétrico, bem como o semáforo e a luz de freio. Também um sucesso.

Gladys West, matemática e programadora de computadores, nascida em 1930, que criou o sistema de posicionamento global com modelo matemático de medição da Terra, usado no GPS em 1986.


Marian Croak inventou a tecnologia VoIP (protocolo de voz para a Internet), utilizado nos aplicativos Zoom e Facetime. É vice-presidente de Engenharia da Google, nascida em 1955.

Josephine Cochrane, inventou a primeira máquina de lavar louça, em 1886! Nascida em Indiana, em 1839, conseguiu patentear sua máquina, usada em hotéis e grandes estabelecimentos, no ano de 1886.


Não esqueçamos também as escritoras, tantas, que entre o século XIX e início do século XX se viam forçadas a escrever com pseudônimos masculinos para ter oportunidade de publicar suas obras.


Mary Ann Evans, o famoso George Eliot , romancista inglesa do século XIX.

As irmãs Bronte, três moças que adotaram nomes masculinos. Amandine Dupin, ou George Sand, aclamada como uma das maiores autoras francesas do século XIX. E muitas outras… E as brasileiras?


Clarice Lispector, ucraniana de origem judaica, naturalizada brasileira, uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX, nascida em 1920. Sua inteligência e sensibilidade são notáveis.


Cecília Meireles, nasceu em 1901, poeta, escritora, pintora, precursora de combate à discriminação de gênero, considerada a melhor poeta brasileira.

E não posso deixar de lembrar a admirável Maria da Penha, uma ativista do direito das mulheres que lutou no combate à violência doméstica. Farmacêutica, casada com um colombiano, sofreu por duas vezes tentativa de assassinato por seu marido, sendo que ficou paraplégica em decorrência da primeira, em que levou um tiro. Em 2006 foi promulgada a Lei Maria da Penha, que finalmente alçou a violência doméstica à repreensão como um crime grave. Anteriormente, era considerada de menor potencial ofensivo, enquadrada na da Lei 9.099/95, em que as consequências eram pagamentos pecuniários e cestas básicas!!!


Mas este mundo, vasto mundo, em que as diferenças culturais, religiosas, políticas e a oportunidade de que tudo seja colocado à larga nas redes sociais faz com que tomemos consciência de barbáries que chocam e não oportuniza, pois por vezes somos impotentes, que sejam tomadas atitudes drásticas para liquidar com tais situações.

O que se vê ainda hoje, e é estarrecedor e dramático, é a existência de disparidade tão abissal entre culturas.


É muito grave, por exemplo, que na Índia, as mulheres acreditem que o homem tem o direito de bater na esposa se ela discutir, sair de casa sem avisar ou discutir com os sogros! (Instituto Tricontinental de Pesquisa Social). A violência doméstica é aceita por milhões de famílias, incluindo as mulheres que assim opinam!! O país registra um número cruel de estupros por hora, e a punição é praticamente inexistente.


Na Indonésia existem províncias em que a sharia (lei islâmica) é aplicada. Este país possui 255 milhões de habitantes e é a maior população muçulmana do mundo. Os açoitamentos em praça pública são registrados por câmeras, e pelo público, sendo que a mulher é açoitada com bastões, por exemplo, por se encontrar com um homem que não é seu marido. A flagelação pública, que remonta à Idade Média, segue ainda ocorrendo nos anos 2025 às mulheres penalizadas.


Sabido que de extremos o mundo está repleto. E também, em muitos países e culturas, o reconhecimento da igualdade entre os sexos, está já sedimentada. Há, em meu modo de ver, as diferenças entre suas formas de agir e, também, de seu físico e o que cada um responde em função disso. Não superioridade ou supremacia. E não que estas impossibilitem ou neutralizem as possibilidades de opções.


Em meu caso, tive e tenho muitos desafios na vida profissional, mas não um esforço além do que não fosse parte intrínseca do mundo competitivo do mercado, quer securitário, quer de outros em que, no mundo ocidental, as mulheres estão aptas a participar. Os cargos de liderança ainda não se encontram equiparados e também os salários, mas a curva é crescente e o respeito transparece gradativamente maior.


O direito securitário foi parte de minha trajetória de vida, desde o primeiro ano de formada, e como me motiva e me instiga, sempre buscando crescer nesse nicho.

Enfim, o que se busca é que as mulheres sigam assumindo cargos de chefia, porém sem abdicar de sua parte feminina, Yin, que acolhe, sente, transforma com afeto e não com luta, competitividade. Eu acho que não se há de minimizar o feminino interior, que ambos, homens e mulheres têm, para se adequar a uma estrutura masculina. Não é necessário deixar de ser mulher para se tornar uma líder. O mundo precisa do feminino liderando e não de mulheres masculinizadas, que percam sua sutileza, sua sensibilidade, sua humanidade para se adaptar ao padrão masculino a fim de galgar posições de poder. A beleza, a organização, a sincronicidade, a leveza, a ternura, a escuta, a empatia, são características do feminino que precisam, mais do que nunca, estar presentes nas organizações. Sem esse feminino podemos cair na armadilha de entender que o mais forte é quem deve subir, o mais esperto merece a liderança, porque a lei é a lei da imposição do poder. Quando as mulheres saem desse padrão e conseguem se harmonizar, sair desse lugar de disputa, a capacidade de criação é gigantesca.


Vamos enaltecer mulheres incríveis do nosso universo feminino, que são uma mescla de tudo isso, somado à extrema capacidade, tenacidade, conhecimento e competência. Nossas queridas Jane Manssur, Júlia Senna e Andréia Araújo, cada uma em seu mister, com seu brilho de estrelas, inspiram as mulheres que têm o privilégio de conhecê-las.

 
 
 

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