ADVOCACIA 4.0: A VIRADA TECNOLÓGICA NO DIREITO SECURITÁRIO
- B36 Assessoria
- há 17 horas
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A digitalização já é uma realidade irreversível na advocacia brasileira. Um estudo do CEPI-FGV indica que 92% dos profissionais acreditam que os escritórios precisam reinventar práticas para acompanhar o avanço tecnológico — uma tendência evidente no Direito Securitário, área que convive com altos volumes de análise documental, prazos rígidos e grande pressão por eficiência.
Nesse cenário, plataformas voltadas à rotina jurídica, tal qual a JusDinâmico, começam a ganhar espaço. Mas o que realmente muda é a forma de trabalhar e de conduzir processos complexos, que incluem o ressarcimento de sinistros.
Os sócios-diretores Laura Agrifoglio Vianna e José Pedro, administrador responsável pela Agrifoglio Vianna, elucidam o impacto exercido pela inteligência artificial (IA) no âmbito. A exposição visa a compreensão de que maneira essa transformação atinge o segmento.
Segundo os executivos, o salto tecnológico já é visível. “A Inteligência Artificial está revolucionando o Direito Securitário, atuando principalmente na otimização de tempo e na análise preditiva”, afirmam. Eles destacam que atividades operacionais, antes manuais e demoradas, passaram a ser automatizadas. “A IA automatiza tarefas repetitivas e de baixo valor agregado, como a triagem inicial de documentos, a análise de cláusulas contratuais em massa e a identificação de padrões em jurisprudência.”
Essa automação libera o advogado para o que realmente exige estratégia. “Isso permite que advogados se concentrem em questões estratégicas, pareceres complexos e na atuação em audiências.”
No campo do ressarcimento, tradicionalmente visto como moroso, o avanço também é expressivo. “A IA agiliza a identificação do terceiro envolvido no acidente… e pode até contatá-lo e iniciar a explicação do motivo do contato.” Essa rapidez, explicam, muda a experiência e dá fluidez ao processo. “A tecnologia permite uma agilidade na análise de documentos e resumo dos casos… deixando mais claro o mapeamento do sinistro. O desafio agora é calibrar a IA para ajudar na realização de acordos extrajudiciais em grande escala, estamos neste caminho”.
Implementar soluções inteligentes, porém, não é tarefa trivial em um mercado regulado como o de seguros. “O principal desafio é a implementação através da integração de diferentes sistemas. Dependendo da complexidade, os custos podem ser altos e as automações demorarem para estarem totalmente adequadas.”
Ainda assim, os ganhos são evidentes. “Sistemas automatizados podem reduzir o tempo de triagem inicial de dias para horas ou minutos.” Além disso, a maior capacidade de analisar processos rapidamente amplia a performance na recuperação de valores. “Essa dinâmica aumenta as chances de bons acordos ou judicializações mais preparadas… A consequência é o aumento da taxa de recuperação.”
Com esse novo ambiente, os profissionais especializados em seguros precisam desenvolver competências adicionais. “O advogado securitário precisará, sim, desenvolver novas habilidades que vão além do conhecimento legal tradicional.” Entre as mais relevantes, citam a familiaridade com tecnologias, a leitura de métricas e o domínio de temas como LGPD e ética aplicada à IA. “Entender o funcionamento básico das ferramentas de IA e análise de dados será indispensável.”
A digitalização, no entanto, exige responsabilidade. Eles reforçam que a decisão final nunca deve ser delegada integralmente à máquina. “A responsabilidade pela decisão final deve sempre permanecer com um agente humano.”








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